quarta-feira, 13 de maio de 2009

Profundo

Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão. Que haja, antes, um mar ondulante entre as praias de vossa alma. Enchei a taça um do outro, mas não bebais da mesma taça. Dai do vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço. Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho. Assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia. Dai vosso coração, mas não o confieis à guarda um do outro. Pois somente a mão da Vida pode conter vosso coração. E vivei juntos, mas não vos aconchegueis demasiadamente. Pois as colunas do templo erguem-se separadamente. E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro (Kahlil Gibran). 

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Encontro da Comunidade Vida e Paz


"Espírito de família, inovação, cratividade, liberdade de intervenção (...)", gritou alto a Quinta da Tomada. Após uma prestação inesquecível envolvendo duas músicas que vivem nos antípodas, irromperam risos e saltos acompanhados por palmas, não para congratular perfeição da actuação, longe disso, mas pela magia do espírito de exaltação que inevitavelmente acabou por ser contagiante. Ao formalismo da primeira música, seguiu-se a alegria de um "follow the leader" - Soca boys, com coreografia, desfile, espírito "brutal" e "poderoso" (expressão do grande Leonel), de quem sente a espontaneidade do momento e o vive com autenticidade longe do preconceito. Este é mais um rasgo de quem naturalmente rompe com paradigmas vigentes, de um grande team, cheio de vicissitudes e contrastes, tal como numa sinfonia amadora em que vários instrumentos diferentes se unem pontualmente para tocar em unísono e de forma desgarrada uma obra qualquer. Por isto, e por mais que me têm oferecido estas pessoas, uma pequena expressão: "tem valido a pena".

terça-feira, 5 de maio de 2009

Momento do coração

Que boa a sensação de amarmos e sermos amados. De deixarmos a "coisa" fluir sem atritos ou devastação. Que saudades da tranquilidade em cada momento. Da familiaridade do cheiro, do gosto gostoso, do toque acolhido, de um sorriso sem palavras, de uma graça repetida com ressonância, de um palavrão que humoriza o "aqui e agora". Silêncios que me apaziguam, sem jogos psicológicos - pequenos "nadas" com muito.